Ir para o conteudo 1 Ir para o menu principal2

Usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no Portal Dataprev. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse nosso Aviso de PrivacidadeAo continuar navegando, você confirma que leu, compreendeu e consente com a utilização de cookies.

Atualizado em: 
qui, 09/05/2024 - 16:36

O tema esteve em debate na edição de abril do Clube do Poire Digital, que contou com a participação de Verena Hitner, secretária executiva do CNDI/MDIC, e de Henrique Oliveira Miguel, titular da SETAD/MCTI   

A transformação digital para ampliar a produtividade do país é uma das missões da nova política industrial, anunciada pelo governo federal em janeiro, e tema da reunião do Clube do Poire Digital, realizada em abril, na Dataprev, em Brasília. Para detalhar iniciativas da Nova Indústria Brasil (NIB), como a política pública foi batizada, foram convidados Verena Hitner, secretária executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e Henrique Oliveira Miguel, secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital (SETAD), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 

“A política industrial é parte da consolidação da democracia”, afirmou Verena. “Tem a dimensão do desenvolvimento, da própria indústria, mas colocada no centro, a serviço do processo de melhoria da qualidade de vida das pessoas, de garantia do meio ambiente para as futuras gerações e de construção da soberania nacional.”

A política resgata o poder do Estado de induzir desenvolvimento com o objetivo de responder as necessidades da população. Prevê aporte de R$ 300 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos, destinados a linhas de crédito, programas de ciência e tecnologia, fortalecimento de setores estratégicos, parcerias com o setor privado.

De acordo com Henrique Miguel, entre outras ações, a NIB conta com R$ 170 milhões não reembolsáveis para editais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Entre as linhas temáticas das chamadas estão projetos baseados em Inteligência Artificial Generativa, para desenvolvimento de grandes modelos de linguagem (LLM) para o português brasileiro, de propósito geral ou específico, que contemplem o pré-treinamento e/ou ajuste fino dos modelos. Desenvolvimento em código aberto e a disponibilização dos datasets com licenças abertas, bem como a utilização de infraestrutura de ICTs nacionais para o pré-treinamento e/ou ajuste fino dos modelos são condições que pontuam mais na seleção.

Outras áreas disponíveis para chamadas de apoio financeiro incluem robótica com IA, tecnologias quânticas (computação, comunicação, sensores, metrologia, materiais); e comunicações avançadas (Redes de Acesso em Modelo de Arquitetura Aberta-OpenRan), visando maior flexibilidade e interoperabilidade, e pesquisas e tecnologias de redes móveis de sexta geração (6G).

Transformação digital

“Um país que abraça a transformação digital está investindo no seu próprio futuro e no bem-estar de seus cidadãos”, ressaltou Miguel. Nessa perspectiva, ele explica que o Governo Federal criou a SETAD, em janeiro, com a responsabilidade de propor, coordenar, acompanhar e supervisionar todas as ações governamentais de desenvolvimento tecnológico destinadas à transformação digital.

A “meta aspiracional” descrita na política é transformar digitalmente 90% das empresas industriais brasileiras (atualmente, 23,5% delas usam novas tecnologias). Para isso, as áreas consideradas prioritárias englobam indústria 4.0, produtos digitais e semicondutores. Entre os desafios, ele apontou a disseminação do uso de plataformas digitais nacionais nos diferentes setores econômicos.

Para Rodrigo Assumpção, presidente da Dataprev, a era de valorização dos dados representa uma oportunidade importante para o país. “Principalmente, porque não requer um salto disruptivo na tecnologia, mas é uma inovação do modelo de negócios.”

A transformação digital é a quarta das seis missões elencadas pela política. As outras são: cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética (1); complexo econômico-industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde (2); infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades (3); bioeconomia, descarbonização e transição, e segurança energética para garantir os recursos para as gerações futuras (5); e tecnologias de interesse para soberania e defesa nacional (6).

 Construção coletiva

Segundo Verena, além de orientada a demandas coletivas e sociais, a política adota um modelo de implementação diferente do tradicional. A intenção é construir as medidas em conjunto com trabalhadores e empresários, compartilhando propostas e responsabilidades. Um dos canais importantes para esse debate, diz ela, tem sido o CNDI.

O Conselho foi instituído por decreto (nº11.482), em abril do ano passado. Sua secretaria executiva é formada por um conselho técnico, com representantes de 20 ministérios, do BNDES e 21 da sociedade civil; um comitê executivo, que atua como fórum técnico, com secretarias do MDIC e dos ministérios; e grupos de trabalho temáticos.   

“Indústria significa empregos e melhoria das condições de vida das pessoas”, defendeu Verena. “Deve permitir ao país, nos momentos de crise do capitalismo, superá-las mais rapidamente; e, no momento de bonança, estendê-la. E não é do ponto de vista econômico, mas da vida: a economista Maria da Conceição Tavares diz que ‘ninguém come o PIB’.”

Também participaram do encontro do Clube do Poire Digital, Rogério Mascarenhas, secretário de Governo Digital no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (SGD/MGI); Francisco Gaetani,  secretário Extraordinário para Transformação do Estado na mesma pasta (SETE/MGI); Miriam Barbuda Fernandes Chaves, assessora Especial da ministra Esther Dweck, do MGI; Guilherme Alberto Almeida, diretor de Programa na SETE/MGI; Lívia Oliveira Sobota, primeira-secretária da carreira de diplomata do Ministério das Relações Exteriores, e Marco Cepik, da Escola de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Conheça a Nova Indústria Brasil (NIB): https://www.gov.br/mdic/pt-br/composicao/se/cndi/plano-de-acao/nova-industria-brasil-plano-de-acao.pdf